O Natal é um postal de boas festas cheio de colagens e recortes disformes, é um presépio feito manualmente ou com figuras meio lascadas de tanto caírem ao chão, é a árvore de Natal de pinheiro manso dentro de um balde de plástico enfeitada com bolas amachucadas, é a lareira acesa e atiçada onde se aquece a água e se fazem torradas para o pequeno almoço, é noite, frio e silêncio na rua, é a missa do galo na aldeia onde canta um coro de velhotas desafinadas, é uma fogueira a céu aberto no adro da igreja rodeada de homens que fumam cigarros. O Natal é a minha avó.