Tuesday, February 03, 2009

the show must go on



O público (não o jornal, refiro-me ao conjunto de pessoas que assiste a espectáculos, cinema, televisão, etc) serve, já há algum tempo, como desculpa nos discursos dos vencidos e vencedores ou do que precisa de ser defendido ou enaltecido pelos profissionais do espectáculo. No caso de um filme ou espectáculo não ter as audiências previstas acusa-se o público de não o ter percebido, quando o oposto acontece rotula-se o dito de comercial e por isso desprovido de qualidade. Raramente poderá passar pela cabeça de alguém que algo que é comercialmente forte poderá ser igualmente bom ou que um filme ou espectáculo dito "alternativo" poderá simultaneamente ser de qualidade muito reduzida ou nula. E depois ainda há dos parametros que podem definir a qualidade de algo, etc...

Dou por mim muitas vezes a discutir porque gostei ou não gostei de algo que vi e a ser bombardeado frequentemente com o argumento do "não gostaste porque não percebeste". Acho simplesmente ridículo dizer que se gosta de um filme como "Os amores de Astrea e Celadon" , por exemplo, apenas porque foi bem cotado pela crítica e é realizado por um bom profissional de cinema, tal como é estúpido dizer que não se gosta do Silêncio dos Inocentes só porque foi visto por milhões de pessoas em todo o Mundo.

Francamente acho que seria saudável termos mais público nas salas de cinema, nos concertos e nos teatros portugueses, continuo a defender a ideia de que o público precisa de mais experiência e maturidade para evoluir e os profissionais do espectáculo precisam de público para poderem crescer, autocriticar e avaliar cada vez melhor o que fazem, os seus resultados, já para não falar no seu auto-financiamento. Não poderemos nunca esquecer que os blockbusters e os espectáculos que atraem multidões são tão essenciais como fillme independente ou a peça de teatro experimental.

Acima de tudo: haja diversidade!