As bizarras histórias de Miss July têm-me acompanhado ultimamente no autocarro, praia, cama e esplanadas. Ainda vou a meio do livro (como estou a ler a versão original, em inglês, leva um pouco mais de tempo a interpretar) mas já estou rendido às capacidades da autora, que consegue com facilidade descrever pensamentos e situações, levando-nos às profundezas do íntimo de cada um. O que mais se destaca nas estranhas personagens do livro é sobretudo a forma de pensar, de reagir a situações más ou acidentais. A verdade é que nós somos essas estranhas personagens e, apesar de quase sempre tentarmos manter comportamentos socialmente aceitáveis, na realidade, por vezes, damos por nós a pensar nas coisas mais desadequadas ao está a acontecer no momento. O que sentimos ou receamos pode-nos levar a cometer os actos mais estúpidos e ridículos. Actos que só praticamos em situações emergentes graves e inesperadas. Actos impulsivos e por isso talvez mais verdadeiros, mesmo que errados, que os reflectidos e planeados.
Thursday, July 31, 2008
Wednesday, July 30, 2008
Tem pele cor de chocolate e caramelo e os seus olhos são enormes e muito pretos. Sorri com vontade e acompanha-me para onde eu quiser ir. Toca viola, joga futebol, pratica atletismo e bodyboard, mas também joga snooker, playstation e matraquilhos. A sua simpatia é contagiante e todos sabem o seu nome e gostam de falar com ela. É a miúda dos meus olhos, sempre foi, desde que nasceu com 820 grs de uma gravidez de 5 meses apenas, há 13 anos atrás. Quando quero sorrir é nela que penso. Não sei se um dia irei ter filhos, mas tenho a certeza que nem com eles conseguirei ter o respeito, companheirismo e cumplicidade que tenho com a Beatriz.
Ah! E um dia intitulou-me de: "o melhor tio que conheço".
Friday, July 25, 2008
Thursday, July 24, 2008
strike the lawyer pose
Às vezes gostava de ser como aquelas pessoas que assim que entram numa discussão conseguem largar todo e qualquer vestigío do que sentem pelo "adversário" e apresentam logo argumentos e factos e são implacáveis com todos da mesma forma, seja a outra pessoa a sua mãe, empregado de balcão ou colega de trabalho. Tenho dificuldade em fazer isto, desprender-me do que sinto e falar apenas com a razão e a lógica. Muitas vezes só meia hora depois da discussão ter acabado é que me lembro de um rol de argumentos que podia ter usado e não usei porque fiquei paralisado com o que me foi dito.
Numa discussão com um desconhecido ou no meio profissional até nem me safo mal.
Numa discussão com um desconhecido ou no meio profissional até nem me safo mal.
Downtown part-time jobs
Hoje de manhã quando saí do autocarro (sim, sim do maldito 58) fui interpelado por um casal espanhol que começou a pedir indicações de monumentos lisboetas sacando simultaneamente dos seus 1001 mapas escrevinhados e sublinhados. Fui prestável e dei-lhes boleia até ao elevador de Santa Justa explicando-lhes pelo caminho, no meu espanholês, o que deveriam ver em Lisboa durante um único dia. Os senhores eram simpáticos e elogiaram a minha disponibilidade e o meu castelhano. Eu arranquei com um sorriso estampado para mais um pequeno almoço servido pelo sr. Ferreira.
Wednesday, July 23, 2008
Tuesday, July 22, 2008
Friday, July 18, 2008
A escassa actualização deste espaço nem sempre se deve ao pouco que tenho a dizer. Neste caso acontece exactamente o oposto, muita coisa a dizer, muito pouco tempo para publicar e algumas coisas que não me apetece expor aqui também. Nos meses de Junho e Julho do ano passado o "Play Dead" teve o seu auge de visitas. Todos os dias, durante esses meses, se bateram recordes de visitantes. Uma das razões que encontro para esse fenómeno foi a divulgação de aspectos negativos e privados da minha vida . Digamos que poderei chamar a esse período o meu período TVI - casos da vida - muitas desgraças e muitas audiências.
Este ano é o bom senso que impera e por isso escreve-se, sim, mas não se destapa, não se expõe, não se despe.
Este ano é o bom senso que impera e por isso escreve-se, sim, mas não se destapa, não se expõe, não se despe.
Ainda assim espero sempre aqui por vós :)
Wednesday, July 16, 2008
trickynices
Já estou a digerir o mais recente albúm de Mr. Tricky - Knowle West Boy. Ao que parece o sr. revelou a sua admiração por Kylie Minogue e fez uma versão de uma das suas músicas - Slow- também presente no novo albúm.
No ano em que os Portishead resolvem regressar aos discos e aos palcos, Tricky não poderia ficar parado. Agora resta-nos esperar pelos Massive Attack, para termos o trip-hop de regresso às nossas vidas.
No ano em que os Portishead resolvem regressar aos discos e aos palcos, Tricky não poderia ficar parado. Agora resta-nos esperar pelos Massive Attack, para termos o trip-hop de regresso às nossas vidas.
Monday, July 14, 2008
Friday, July 11, 2008
Pensei que não fosse necessário, mas devido às circunstâncias...
vejo-me forçado a apresentar este vídeo como prova do grande espectáculo de Peaches no Alive. reparem especialmente no ar alucinado de um dos festivaleiros que estava no DJ Set:
por falar em felicidade e em morte...
Quero matar-te. Estou apaixonado. É a pior que me pode acontecer. O que quer que seja é o primeiro passo para o fim de tudo. Acontece sempre demasiado cedo e é como uma bomba. Destrói tudo. Começa em mim e depois propaga-se. Só pára quando nada mais restar que não nós. Não sou assim. Estou apaixonado. Não consigo evitar este desejo de tudo incendiar. Não dá. Mais vale esquecer. Não dá. O corpo já não aguenta o coração. Senta-te aí. Enche o copo. Acende um cigarro. Estás confortável? Óptimo. Sabes o que tens a fazer. Tens-me acorrentado e só tens que puxar o gatilho. Não sei como isto foi acontecer. Sabes o que tens a fazer. Diz-me que nunca mas nunca mesmo. E não me digas que nunca é demasiado forte. Puxa o gatilho. Não sabes? Claro que sabes. No teu coração não há lugar para mim. Puxa o gatilho. Vá, tu consegues. Porquê a hesitação? Bebe mais um copo, dois. Embebeda-te terrivelmente e que isso te sirva de desculpa. Mata-me. Anda lá. Chorar é para os fracos. Não consegues? Porquê? Mata-me de uma vez, porra! É o que dói mais. Esta indefinição de nunca sermos capazes de nos matar. Esta explosão contida mil vezes a consumir o oxigénio. O coração histérico. Eu não sou assim. Estou apaixonado. É o fim de tudo.
um texto retirado daqui http://www.diasquecorrem.blogspot.com/
Wednesday, July 09, 2008
ganância
Percebo porque as pessoas têm vontade em acabar com a sua vida nos momentos em que estão em baixo, no fundo do poço, angustiadas ou em depressão. Porém vejo mais lógica no suicidio que acontece no momento mais feliz da vida, quando a pessoa olha ao seu redor e vê perfeição em tudo, quando estamos no topo, quando chegamos lá, quando temos tudo na mão. A única forma de vencer a vida é morrer feliz.
Monday, July 07, 2008
Natércia
Quando tinha os meus 10 anos, estava eu no 1º do cliclo preparatório, conheci e apaixonei-me imediatamente por uma miúda da minha turma. Não conseguia falar com ela, nem sequer encará-la. Quando a via ficava vermelho e nervoso e fugia cada vez que havia uma aproximação. Como sempre, a paixão superou o medo e a vergonha e uns dias depois resolvi escrever-lhe uma carta declarando o meu amor, explicando tudo o que sentia por ela e desenhei corações vermelhos para a enfeitar (já era designer na altura).
A carta foi confiada ao meu melhor amigo que a depositaria na mochila do alvo (a Natércia). Ora, na hora H, na altura em que todo o processo se iria desenrolar, a professora apanha o meu amigo em flagrante e confisca a dita carta. A carta é entregue à Directora de Turma que resolve lê-la perante toda a turma destacando inclusivé um erro ortográfico que tinha cometido. Também os meus pais foram informados do que se tinha passado.
Durante dias fiquei a sentir-me como se estivesse nú num pedestral a ser observado e gozado por milhares de pessoas sem ter como fugir ou me esconder.
A carta nunca chegou às mãos da Natércia e durante muito tempo fui levado a pensar que tinha cometido um crime ao escrever a maldita carta.
A carta foi confiada ao meu melhor amigo que a depositaria na mochila do alvo (a Natércia). Ora, na hora H, na altura em que todo o processo se iria desenrolar, a professora apanha o meu amigo em flagrante e confisca a dita carta. A carta é entregue à Directora de Turma que resolve lê-la perante toda a turma destacando inclusivé um erro ortográfico que tinha cometido. Também os meus pais foram informados do que se tinha passado.
Durante dias fiquei a sentir-me como se estivesse nú num pedestral a ser observado e gozado por milhares de pessoas sem ter como fugir ou me esconder.
A carta nunca chegou às mãos da Natércia e durante muito tempo fui levado a pensar que tinha cometido um crime ao escrever a maldita carta.
Tuesday, July 01, 2008
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