As bizarras histórias de Miss July têm-me acompanhado ultimamente no autocarro, praia, cama e esplanadas. Ainda vou a meio do livro (como estou a ler a versão original, em inglês, leva um pouco mais de tempo a interpretar) mas já estou rendido às capacidades da autora, que consegue com facilidade descrever pensamentos e situações, levando-nos às profundezas do íntimo de cada um. O que mais se destaca nas estranhas personagens do livro é sobretudo a forma de pensar, de reagir a situações más ou acidentais. A verdade é que nós somos essas estranhas personagens e, apesar de quase sempre tentarmos manter comportamentos socialmente aceitáveis, na realidade, por vezes, damos por nós a pensar nas coisas mais desadequadas ao está a acontecer no momento. O que sentimos ou receamos pode-nos levar a cometer os actos mais estúpidos e ridículos. Actos que só praticamos em situações emergentes graves e inesperadas. Actos impulsivos e por isso talvez mais verdadeiros, mesmo que errados, que os reflectidos e planeados.