Quando tinha os meus 10 anos, estava eu no 1º do cliclo preparatório, conheci e apaixonei-me imediatamente por uma miúda da minha turma. Não conseguia falar com ela, nem sequer encará-la. Quando a via ficava vermelho e nervoso e fugia cada vez que havia uma aproximação. Como sempre, a paixão superou o medo e a vergonha e uns dias depois resolvi escrever-lhe uma carta declarando o meu amor, explicando tudo o que sentia por ela e desenhei corações vermelhos para a enfeitar (já era designer na altura).
A carta foi confiada ao meu melhor amigo que a depositaria na mochila do alvo (a Natércia). Ora, na hora H, na altura em que todo o processo se iria desenrolar, a professora apanha o meu amigo em flagrante e confisca a dita carta. A carta é entregue à Directora de Turma que resolve lê-la perante toda a turma destacando inclusivé um erro ortográfico que tinha cometido. Também os meus pais foram informados do que se tinha passado.
Durante dias fiquei a sentir-me como se estivesse nú num pedestral a ser observado e gozado por milhares de pessoas sem ter como fugir ou me esconder.
A carta nunca chegou às mãos da Natércia e durante muito tempo fui levado a pensar que tinha cometido um crime ao escrever a maldita carta.
A carta foi confiada ao meu melhor amigo que a depositaria na mochila do alvo (a Natércia). Ora, na hora H, na altura em que todo o processo se iria desenrolar, a professora apanha o meu amigo em flagrante e confisca a dita carta. A carta é entregue à Directora de Turma que resolve lê-la perante toda a turma destacando inclusivé um erro ortográfico que tinha cometido. Também os meus pais foram informados do que se tinha passado.
Durante dias fiquei a sentir-me como se estivesse nú num pedestral a ser observado e gozado por milhares de pessoas sem ter como fugir ou me esconder.
A carta nunca chegou às mãos da Natércia e durante muito tempo fui levado a pensar que tinha cometido um crime ao escrever a maldita carta.